quinta-feira, 22 de outubro de 2009

A Grande Rio que você não conhece!

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Lucas Pinto: memória para contar os carnavais esquecidos.


No dia 17 de Setembro de 2009 realizei minha primeira entrevista para o acervo do blog. Confesso que essa é a vertente que mais me desperta uma erupção de sentimentos que vão desde o nervosismo pela responsabilidade de estar diante do entrevistado, à alegria de ser agraciada em ouvir estórias que poucos conhecem. Iniciei esse processo tendo a pretensão de trazer a tona o passado de minha agremiação pela memória de um antigo carnavalesco nosso: Lucas Pinto; que contribuiu no início dos anos 90 com belos enredos para a história inicial da Grande Rio.
Acredito que contar essa história e fazer com que a memória do carnavalesco traga para a atualidade suas considerações e lembranças sobre a construção de nossos carnavais iniciais tenha uma considerável importância. Hoje, nada ou quase nada de nossa história pode ser conhecido a medida em que esse passado não é valorizado e popularizado. Criou-se a falsa verdade de que tudo na história da Grande Rio foi construido de maneira fácil e beneficiada pelo dinheiro que nem sempre existiu. Criou-se um estigma geral e mentiroso de que nossos carnavais sempre foram pautados no capital, e que estivemos ao longo desses mais de vinte anos, alheios as considerações pertinentes ao mundo do samba.
Quem folhear as revistas, procurar em jornais ou buscar na internet nossa história; não a encontrará! Só irá existir uma meia duzia de momentos irrelevantes contados como maravilhas de carnaval. As personalidades que vocês encontrarão talvez tenham ajudado muito pouco a construção do que somos, e nossa história parecerá muito recente.
Sei que não será aqui que a visão que a maioria das pessoas possuem sobre a agremiação irá mudar. Minha pretensão nem é essa. Aqui, estará escrita uma página que a maioria desconhece. Aqui estará um trecho da mémoria que nem o site da agremiação conta. Aqui estão passagens humanas, histórias de vida, nomes comuns, desfiles sem foto...aqui está um momento - que passou eu sei - que mostra o amor, o mesmo amor que alguns homens destinaram sem interesse a outras agremiações, e que está presente em nossa trajetória ao longo da luta para sobrepor obstáculos.
Lucas Pinto, que é conhecedor de muitas estórias e as narra com uma sabedoria que nos prende a cada fato contato, me concedeu a alegria de passar parte da tarde em um dos ateliês do quarto andar do barracão da Grande Rio como expectadora de sua memória sendo transformada em palavras para que esse passeio ao passado fosse possível.
Não há livro, e os registros do que vou contar são poucos ou inexistentes. Ele, que trabalhava com moda relacionada à alta costura, lançou mão da memória para recontar seus primeiros passos no carnaval, seus desenhos iniciais - como figurinista na Acadêmicos de Santa Cruz - sua experiência nos antigos barracões que se localizavam no Pavilhão de São Cristovão, relembrou o nome de seus mestres - Viriato, Arlindo, Joãozinho 30 e Max Lopes, sendo o ultimo, referência especial - e, para meu interesse e alegria, recontou um periodo muito especial e pouco valorizado da agremiação da qual pertenço, misturando seu apego as artes, à construção de uma agremiação que "engatinhava" no universo do carnaval.
Com sua ida para a agremiação de Caxias - através da indicação do sr. Kiro, que citou seu nome para o Presidente de Honra Jayder Soares - Lucas ingressa na "Família Grande Rio" contribuindo para o crescimento da escola alguns anos após sua fundação. Sua passagem pela escola remete à uma época em que a mesma enfrentava muitas dificuldades, que não tinha a infra-estrutura que tem hoje, mas, apesar disso, mesmo com as dificuldades por ele narrada, era uma época em que os enredos poéticos eram soberanos na maioria das escolas, e na Grande Rio, Lucas foi o poeta que nos presenteou com belos enredos - que por consequência renderam belos sambas - que marcaram a história da agremiação na década de 90.

Desfile "noventão": Os Santos que a Africa não viu.

A Grande Rio da primeira metade dos anos noventa era um "sonho sonhado" por muitas cabeças. Seus enredos e estrutura estavam à altura daquele seleto grupo de agremiaões - do qual ela passou a pertencer em muito pouco tempo - onde a maioria já contava com longas decádas de glórias e reconhecimento. Transformada em Acadêmicos do Grande Rio a partir de 1988 - com a junção definitiva com a Acadêmicos de Caxias - a escola iniciou uma escalada de ascensão que a colocou, já em 1991, no seleto grupo das Escolas do grupo especial do RJ.
Com pouca experiência para aquele universo de gigantismo que se abriu de maneira muito rápida, o desfile de 91 não implacou e a décima sexta colocação fez com que a Escola retornasse para o acesso A. Nesse período, entra para a história da Grande Rio o nome de Lucas Pinto. Ele foi o responsável pela construção do carnaval que alcançaria o campeonato e garantiria o retorno da agremiação para o Grupo Especial de maneira definitiva.
Com a volta da Grande Rio para o Grupo de Acesso no carnaval de 1992, Lucas fez sua estréia na escola ao apresentar o enredo "Águas Claras para um Rei Negro". O enredo baseado na mitologia afro-brasileira é considerado por Lucas como um dos mais bonitos que a agremiação já apresentou. A idéia era mostrar um negro rei, bonito, forte, valente! Além de poético, o enredo tinha um fundo político em que a intenção era a valorização do negro. Muitas alas representaram orixás - como a que fazia alusão a divindade Oxum com negras de seios nús - além de muitas citações sobre a cultura negra através da representação de oferendas ritualísticas e das baianas vestidas de branco carregando nas saias bandeiras tal qual é comum nas festas do candomblé. Merecem destaque ainda a comissão de frente - em que seus 13 integrantes estavam vestidos de Oxalá - o abre-alas - em que o símbolo da escola estava desmembrado e era iluminado por mais de 1900 lâmpadas - a roupa da bateria - que no chapéu haviam 6 pombas onde na visão geral davam a idéia de uma revoada de aves brancas - e a possibilidade de poesia gerada pela sinopse que rendeu um belíssimo samba dos compositores G. Martins, Adão Conceição, Barbeirinho, Queiroz e Nilson Kanema, que emoldurou com maestria a idéia do carnavalesco.
O campeonato foi inevitável e a Escola sagrou-se campeã do Grupo de Acesso retornando ao Grupo Especial para o carnaval do ano seguinte. Em contradição à vitória, Lucas foi afastado pela diretoria da agremiação ficando fora do desfile de regresso ao seleto grupo especial.
Todavia, a interrupção da história entre o carnavalesco e a Grande Rio durou muito pouco, já que, para o carnaval de 1994, ele estava de volta ao posto com o enredo "Os Santos que a África não viu".O que parecia impossível aconteceu, e o carnavalesco apresentou um enredo afro de poética e beleza superior aquele por ele concebido dois anos antes. Pautado na história tradicional, em seu conhecimento a cerca do tema e com uma pitada de poesia, contou-se na Avenida a história da umbanda brasileira narrada por um Zé Pelintra. A escola mostrava a África Cultural e a África Negra através do nascimento da umbanda brasileira lançando mão de imagens fortes como a apresentação de uma comissão de frente formada por homens caracterizados de Zé Pelintras; duas alas de baianas tradicionais - sendo que numa delas a fantasia era toda de palha de buriti - as passistas que se apresentaram vestidas de Pomba-Gira e com carros de impacto visual como o da alegoria que representava o navio que serviu de transporte para os Deuses e entidades; ou o carro onde haviam bichos, tambores e a imagem de uma mulher que se banhava em um cachoeira. As alas que vieram após o Abre-Alas mostraram os povos egípcios, árabes e berberes, que formaram a cultura negra abrindo caminho para que pouco a pouco cruzassem a Avenida Yemanjás, Cosmes e Damião e Exus.

Os santos que a África não viu - Dois estandartes de ouro.


O campeonato não veio, a Escola ficou em décimo segundo lugar, mas Lucas consagrou sua poesia. Recebeu das mãos de Aroldo Costa o estandarte de ouro de melhor enredo para aquele carnaval, que somou-se ao recebido por Nêgo como melhor interprete de 1994 no motivo de orgulho para a comuniudade de Caxias que ainda hoje canta com um sorriso largo "Quem sou eu... Quem sou eu?"..."Tenho o corpo fechado"..."Rei na noite sou mais eu!!!"
Continuando na escola para o carnaval de 95, Lucas partiu para uma linha de poesia baseada num conto de fadas. Para ele, foi o enredo mais bonito que o próprio fez na Grande Rio. A idéia, era contar a história de Manaus sob o titulo de "História para ninar um povo patriota" debrussando-se na história da Zona Franca de Manaus como um conto de fadas contado para criança onde o rei Amazonas, responsável pelo ecossistema mundial de responsabilidade do Imperador Brasil, vivia tranquilamente com sua filha Manaus, numa terra rica em borracha, até a vinda da Rainha Inglaterra, que levou, sem que ninguém soubesse, setenta mil espécies da planta que brotava o líquido que valia tanto ou mais que ouro, para serem plantadas em seus terrenos na Malásia. Tal atitude caiu como veneno para a Princesa Manaus, fazendo-a adormecer num sono profundo durante quase dois séculos, quando o Príncipe da Tecnologia a beijou, acordando-a para seu futuro.

Belo colorido de um desfile problemático: Carnaval 1995.

Apesar de toda a poesia que havia no enredo, aquele carnaval não foi um conto de fadas. A construção foi problemática e isso prejudicou o desfile. Com a ausência momentânea de Jayder Soares, assumiu a Presidência o sr. Otávio, que alhiando sua intolerância à inexperiência com carnaval, fez com que pessoas importantes para e escola se afastassem, sendo uma delas, o atual do Presidente da escola, Helinho de Oliveira.
Apesar da festa de pilotos ser considerada por Lucas o sonho do que era para ser o desfile, a trajetória da construção do carnaval após a ausência forçada de Jayder Soares foi complicada. Como o percursso até o desfile foi dificil, a escola refletiu seus problemas na avenida. O desfile mostrou-se confuso, as alegorias estavam mal acabadas, a escola não tinha a mesma alegria de antes, não era a mesma Grande Rio de antes. Seguindo esses traços, nem o bom samba de Adão Conceição, Marquinhos do Açougue, Paulo Mumunha e Anízio Silva que dentre outros versos narravam "Com isso a princesa adormeceu" ..."Entre fadas-madrinhas, no seu sono prosseguia" ...."Pra despertar do berço da ecologia" ...."E o príncipe encantado, Manaus ele beijou" ...."Para tecnologia a princesa acordou" funcionou, e a escola não agradou obtendo a décima sexta colocação.
O carnaval de 95 parece ter sido retirado da memória não apenas de Lucas, mas também da memória de todos os torcedores da escola. Esse carnaval nunca é lembrado e até o belo samba não é mais cantado na quadra. Não se ouve mais em Caxias os versos "Embala eu, embala eu"... "Pátria mãe, gentil"... "No despertar deste sono".... "Encontrei meu sonhado Brasil..."

Lucas Pinto e eu - Setembro de 2009

É com prazer e orgulho que começo a dividir com vocês a história que não é contada da minha escola. Tive a sorte de conhecê-las e com a criação do bandeira da memória começo a usar este espaço para contar esse trecho, e outros que ainda estão por vir. Abaixo, a entrevista onde o que escrevi resumidamente acima me foi contado. Aproveito para agradecer ao Lucas, tudo o que me foi contado. A ele, minha gratidão! Por hoje, e por ontem.

Abaixo, a transcrição de alguns trechos da entrevista realizada em 17/09/09.


Squel - Lucas, como se deu o início da sua carreira no universo do carnaval?


Lucas - Começou assim: Eu trabalhava com moda, com a alta costura. Quando surgiu o convite para ser figurinista da Acadêmicos da Santa Cruz no enredo "Braguinha, Carnaval dos Sonhos". Fiquei um tempo distante por causa do meu envolvimento com moda. Às vezes, eu desenhava mas não podia estar presente no barracão. Através de um conhecido fui para a Unidos do Jacarezinho, por essa escola desenvolvi o meu primeiro carnaval e fui campeão com o enredo "Parabéns pra vocês comunicadores infantis". Depois, trabalhei como assistente do Max Lopes na Viradouro e na Imperatriz.


Squel - Quais foram os seus mestres?

Lucas - Era apaixonado por Viriato por causa do traço. Adorava a forma como o Arlindo trabalhava com as cores, o luxo e a beleza. O João é referência para todo mundo. Ele é o responsável pela mudança no carnaval, é o divisor de águas! Ele é quem permitiu tudo isso que vemos hoje. Mas escolho o Max, porque ele vai ter uma relação muito forte pelo estilo de roupa e carnaval que ele faz com relação à alta costura. Max pra mim é referência.

Squel - Fiquei sabendo que você trabalhou nos barracões que ficavam no Pavilhão de São Cristovão. Como eram esses barracões?

Lucas - (rs) O carnaval do pavilhão era totalmente diferente do carnaval da cidade do samba. Também não era parecido com os antigos barracões. Não quero ser saudosista, dizendo que lá era muito bom. Nada é melhor que hoje! Mas o carnaval de hoje perdeu a mágica pra algumas coisas. Perdeu algumas coisas engraçadas. Lá no pavilhão eram poucos os barracões que tinham seus próprios telefones. Tinha-se um telefone comunitário em que se anunciava que determinada pessoa estava sendo chamada por um auto-falante. E as pessoas começavam a gritar - telefone! telefone! Saia-se correndo para atender a ligação.
Outra coisa engraçada eram as sextas em que se misturavam o carnaval com a feira dos nordestinos. Imagina!? E isso se estendia ao carnaval. Era dia de desfile acontecendo e do lado externo a montagem de uma feira acontecendo. Imagina? O carnaval no sábado e domingo, os carros alegóricos saindo dali engatando nos fios elétricos. E a feira ali sendo realizada. Era muito complicado, mas era engraçado.
Com tudo isso, ainda havia um glamour. É uma pena...se perderam algumas coisas. Mas também algumas pessoas passaram, já foram embora. Pessoas que eram fabulosas que deixaram saudade. Por exemplo: eu acho que quem viu o Dr. Castor de Andrade chegar no sambódromo e provocar o setor 1 nunca mais vai se esquecer. Não terá outro que vá fazer aquilo ali, ele gostava daquele momento. Era o momento das portas - bandeiras. Das famosas mulatas que vinham do exterior. Que chegavam na semana do carnaval e iam visitar os barracões para ver os seus lugares, as suas fantasias.

Squel - Você conta uma história engraçada sobre a rivalidade das escolas no Pavilhão de São Cristovão. Como era?

Lucas - Tinha umas coisas engraçadas. Imagina? Era tudo fechado. Quando chegava perto do carnaval por exemplo - Era um evento quando a Portela testava a sua águia. Que era toda construída em baixo. Mas quando a águia ficava pronta ela tinha que voar! Então era o teste do voô da águia; do bater das asas; o grito da águia. Imagine...a águia aos gritos dentro do pavilhão! Com isso as outras escolas começavam a expor o que tinha de melhor em seus carros. Mas apesar da rivalidade. Era bonito de se ver a solidariedade de todos. Quando alguém gritava fogo! Todos saiam com seus extintores para ajudar. O bombeiro era longe. E o pavilhão era um paiol de pólvora, era ao mesmo tempo perigoso e apaixonante. Encantador. Mas não se compara com a estrutura de hoje. Realmente eu não sou nenhum pouco saudoso. Se me perguntar se prefiro o passado ou o agora respondo que prefiro o agora. Adoro o futuro!

Squel - Como surgiu a oportunidade de ir trabalhar na Grande Rio para realizar o carnaval de 1992?

Lucas - Existia um senhor chamado Kiro ( já falecido ), que era o Presidente da Associação. Ele era amigo do Jayder e citou meu nome para ele. Graças à ele conheci a Família Soares que viu o enredo - que eu já havia apresentado no Império Serrano - num concurso onde vários carnavalescos apresentavam seus enredos. Mas apesar de ter sido aplaudido de pé pela Comissão de Carnaval, não sai vitorioso. Mas foi aprovado pela Comissão de Carnaval da Grande Rio que tinha o Laíla como integrante, como o Diretor de Harmonia.

Squel - Como era fazer o carnaval da Grande Rio no início dos anos 90?

Lucas - Era assim...a Grande Rio tinha vindo de um carnaval em que a escola havia gasto muito dinheiro. A escola enfrentava muitas dificuldades. Não se tinha a infra-estrutura que se tem hoje.

Squel - Você lembra onde era o barracão na época? Como era a estrutrura?

Lucas - Quando cheguei (rs). Fui conhecer o barracão da escola que ficava no Sarapuí. ( bairro de Caxias que tem saída para a rodovia Washington Luiz ) Quando retornei de lá disse para o Presidente - Não...Presidente não pode...uma escola de samba não pode ter um barracão lá! Ele então me disse - Vamos procurar um outro lugar. Pegamos a Avenida Brasil e descendo por ela encontramos um galpão em frente ao Mercado São Sebastião, ali ficou um tempo. A estrutura do barracão na Avenida Brasil era infinitamente melhor do que a do Sarapuí. Basta já não ter um rio do lado cheio de mosquitos (rs). Repare por ai! Porque o rio passava dentro do barracão! Já o da Avenida Brasil, talvez tenha sido o primeiro barracão onde o carnavalesco tinha uma sala de vidro. Para se ver as alegorias de cima. Era meio bagunçado. Meio arrebentado. Mas não podemos esquecer que era um galpão. Mas pra época, era uma boa estrutura. Tinha salas que davam para a sala do Presidente, tinha salas para costuras, tinha estacionamento interno. O carnavalesco era privilegiado com a sala de vidro. Já se tinha uma visão aérea das alegorias como é na Cidade do Samba. Diferente dos outros barracões...

Squel - Nos anos 90, época em que grande parte das escolas apresentavam enredos poéticos, o comercialismo já estava introduzido no carnaval. Como era?

Lucas - Era assim...o marketing percebeu e ainda não percebeu. Quer dizer. Ainda vai ser futuro. É assim...as empresas entenderam que era legal investir no carnaval. Que havia um retorno. Só que as empresas ainda não perceberam como pode ser isso. Elas ainda fazem questão de que a marca saia. E ai? Eles ainda não sacaram que o caminho não é esse. O caminho é o investimento, com a liberdade da criação. Tipo assim - a minha empresa de aço quer investir na cultura. Mas não obrigatoriamente o enredo tem que ser sobre o aço! O enredo pode ser qualquer um! O enredo tem que ser bom! E ai no dia do desfile sai em todos os jornais do Brasil assim - Logo mais no sambódromo a Empresa X estará patrocinando o enredo da escola Y. Ele já fez o merchandising dele ai, já fez a propaganda. Então no futuro, tenho certeza que exista o marketing no carnaval. Que continue a existir essas empresas. Por exemplo - no intervalo entre uma escola e outra, se anunciasse que e a empresa X estará patrocinando a próxima escola à desfilar. Ela não ia poluir a escola. Ela não ia poluir o carnaval. O enredo poderia ser qualquer um. Pois, já havia sido anunciado qual empresa estaria patrocinando a escola à desfilar. Assim os enredos voltariam a ser poéticos. Poderia voltar a ser romântico. É aquilo. O João trouxe uma liberdade para as escolas de samba. Liberdade é um voô livre, não tem fim. E apartir do momento que não se pode ir além , deixa de ser liberdade. Mas agora tem o seguinte. Você vai valorizar as cabeças pensantes. Como por exemplo - Esse enredo patrocinado pela AMBEV. Torna necessário que o carnavalesco seja criativo. Para que não fique explícito a marca. Então, é uma forma do carnavalesco se projetar. E hoje o carnavalesco tem uma missão parecida com a do compositor. Hoje, joga-se a idéia nas mãos do carnavalesco e ele tem que trazer soluções. Senão trouxer soluções, não vai mostrar competência. Hoje se tornou muito complicado essa construção. É claro que ainda tem escolas que não tem esse nome todo. Graças à Deus a Grande Rio tem, porque o patrocinador prefere fazer com a escola. Mas tem escolas que não conseguem patrocinador e tem que manter o enredo tradicional e assim batalhar com os recursos que eles tem. Mas tem aquele negócio, né! Quem tem mais começa a trabalhar na frente, essa é a diferença. O carnaval não é só no dia. Tem determinadas notas que saem de casa. Como samba-enredo e enredo, por isso tem que ser muito bem pensado, tem que ser o melhor para aquele momento.

Squel - Para o carnaval de 1992, você trabalhou ao lado da Sônia Regina. Quem é ela?

Lucas - Quando fazia o Jacarezinho, conheci uma baiana que se chamava Sônia Regina. Ela era desenhista projetista. Ela foi trabalhar comigo na Viradouro porque o marido dela que se chamava Dirceu me falou o seguinte: a mãe dela estava com leucemia e que era necessário a Sônia não saber. Pois, se ela soubesse acabaria morrendo com a mãe. Eu fiz o seguinte: Como ela era desenhista projetista a convidei para ir trabalhar comigo na Viradouro. Naquela época eu fazia para o Max as baianas, a bateria, mestre- sala e porta- bandeira, e comissão de frente. Pedi para ela ser a minha assistente . Assim seria uma forma dela não estar em casa na hora em que a notícia do falecimento chegasse. Eu teria dado à ela uma responsabilidade, assim ela não poderia chorar muito. Ela tinha que chorar, mas tinha que trabalhar. Quando vim pra Grande Rio, como ela era projetista entreguei à ela a responsabilidade de projetar os carros. Ela começou a ficar vaidosa. Esqueceu a essência da amizade. Tive alguns problemas por conta da vaidade dela. Ela trabalhou comigo só nesse ano. Ela ainda trabalhou em outras escolas do grupo especial como assistente de outros carnavalescos.

Squel - Em 1992 a Grande Rio foi campeã do grupo de Acesso A com o enredo " Águas Claras para um Rei Negro". De onde surgiu a idéia para desenvolver esse tema?

Lucas - Considero esse enredo como um dos mais bonitos que a Grande Rio fez. Eu já tinha esse enredo pronto. Minha idéia era mostrar uma visão diferente da história do negro. Não queria mostrar o negro escravo, acorrentado, submisso ao homem branco. Quis mostrar um negro feliz. Um negro soberano. Um negro Rei, bonito, forte, valente. Minha intenção era mostrar que apesar de poético. Tinha um fundo político. Um fundo social. Para valorizar o negro na nossa sociedade. Tive a felicidade de fazer nesse ano em que o Collor havia sido empossado recentemente Presidente da República. E pela primeira vez os caras pintadas apareceram. Nós pedíamos a saída dele. Em cima de uma alegoria da Grande Rio os caras pintadas apareceram como protesto, mais tarde eles apareceriam em Brasília. Nós falávamos que haveria de nascer um Negro Rei. Para trazer justiça social. Falávamos de dificuldades, moradia, comida. Era um enredo atualíssimo! São problemas que vivemos até hoje. Já falávamos lá atrás sobre eles. Sobre esses problemas que continuam atuais. Reinvindicávamos por Caxias. Que era muito mais carente do que é hoje. Nós reinvindicávamos isso. O reconhecimento da Grande Rio.


Squel - Você lembra como foi visulamente o desfile?

Lucas - Foi muito bonito. Mas me falha a memória! Lembro da comissão de frente em que os integrantes vieram vestidos de Oxalá. O abre-alas era o desmembramento do símbolo da escola. Havia a usina,a coroa em neon...No chapéu da bateria haviam ( eu acho ) 6 pombas, então no foco geral parecia uma revoada de pombas brancas. Lembro também que tinha duas alas de baianas...Um dos pontos altos desse desse desfile foi o bom samba.


Squel - Mesmo conquistando o campeonato no Acesso, você não acompanhou a volta da escola para o grupo especial. Porque não permaneceu?

Lucas - Eu não tenho mágoa disso não! Até porque eu via que a Grande Rio na época precisava da mudança. O Louzada na época tinha mais nome do que eu, ele é muito bom! Veio com um lindo enredo para o carnaval de 93. Aliás, ele fez dois grandes enredos na escola ( No mundo da Lua 93/ Madeira- Mamoré 97 ), que foram lindos desfiles. Costumo dizer o seguinte: Sempre estive no carnaval com grandes idéias. Mas em momentos em que eu não podia acontecer! Fui substituído e fui para a Santa Cruz. Fui fazer Carnaval! O que eu podia fazer se não estava dentro do projeto da escola?

Squel - Como se deu o seu retorno para desenvolver o carnaval de 94?

Lucas - Pois é...para 94 a Grande Rio me chamou e fiz, Os Santos que a África não viu.

Squel - De onde surgiu a idéia do enredo Os Santos que África não viu?

Lucas - Esse enredo faz parte de uma série de enredos africanos que eu tenho escrito. Na época, a igreja quis vetar por causa da palavra "Santos". Mas era uma bobagem! Porque Santo quer dizer comum. Não briguei na época, acatei a decisão deles da melhor forma possível. Não tinha nada demais, mas mesmo assim, não permitiram que as minhas baianas viessem carregando os terços que eu mesmo comprei na Igreja de São Jorge. A idéia do enredo era mostrar o nascimento da umbanda brasileira.

Squel - Porque você escolheu o Zé Pelintra para contar o enredo?

Lucas - Foi assim...eu tinha o enredo todo escrito, mas alguém tinha que contar essa história pra mim. Tinha que ser alguém, teria que ser uma figura da umbanda brasileira. Um dia estava no Império Serrano, numa roda de amigos quando o Tico do Gato surgiu na quadra vestido de Zé Pelintra. Ai eu disse: gente eu tenho que ir embora! Preciso terminar um negócio na minha casa (rs). E ai arrematei o enredo. Depois eu conheci o próprio Seu Zé Pelintra da Camisa Amarela que era do Nordeste, viveu no Nordeste e manisfetava uma pessoa. Ele veio ao Rio e conheci a pessoa que deu origem ao nome Zé Pelintra. Na época eu fazia o Programa Sem Censura com a Leda Nagle, na TV Educativa. Uma pessoa disse que eu era louco em colocar um enredo desse na avenida, porque eu poderia morrer! Eu disse: Imagina! Ele é meu amigo! Vai me matar porque? (rs).

Squel - E como foi a construção desse carnaval?

Lucas - Foi muito legal. Nós todos éramos muito crianças. As dificuldades ainda eram grandes. A escola havia gasto muito dinheiro no ano anterior e para aquele ano de 94, a escola estava meio capenga de grana. Por isso a redução de algumas alas. Mas foi bom! O importante é que eu estava junto disso. A escola segurou.

Squel - E os carros alegóricos?

Lucas - Do que eu me lembro...me recordo de um carro que era um navio que serviu de transporte para esses Deuses Africanos. Era muito bonito, muito interessante. Tinha um carro que havia uns bichos africanos, nele haviam tambores, uma mulher que tomava banho em uma cachoeira. Me lembro bem do carro de Exú, tinha um carinho muito grande por este carro. Queria que ele ficasse muito bom. Porque nesse carro vinha toda a família do Presidente Helinho. Em relação as fantasias...a comissão de frente veio de Zé Pelintra, as passistas de Pomba-Gira. Nesse ano também haviam duas alas de baianas. Uma dessas alas de baianas tinha a fantasia toda feita de palha, era linda! Mas era um sofrimento pra fazer aquilo lá. Era tudo costurado à máquina! Era palha de buriti. Não consigo me recordar de muita coisa (rs).

Squel - Quais foram Os Santos que a África não viu?

Lucas - Foram o Bejê Caboclo, o Preto Velho. Que são Orixás que não existiam na África. São Orixás brasileiros, esses foram os Santos que a África não tinha visto. Ou seja, que foram Santos cultuados através do sincretismo religioso. Que aconteceu entre o branco, o negro e o índio. Como Iemanjá; a figura do Saci; o próprio Zé Pelintra; os Caboclos; os Pretos Velhos. Queria provar que o candomblé chega ao Brasil através da bandeira hasteada pela umbanda brasileira.

Squel - A que você atribui o fato de ter ganho o Estandarte de Ouro como melhor enredo?

Lucas - Esse enredo era antropofágico.Eu provava que aquela religião foi criada no Brasil pela junção das três raças.

Squel - O que você achou da colocação da escola em 94? 12 lugar.

Lucas - A escola já entra na avenida estigmatizada pelo nome. As pessoas ainda querem atribuir à escola essa coisa de escola de artistas! Não! Os artistas não moram em Caxias! É diferente, os artistas gostam da escola. Agora a escola não tem culpa de que as pessoas gostam dela, entendeu? Até houveram erros no desfile. Mas a escola era nova, estava abrindo desfiles. A escola era perseguida, tem que acabar com essas coisas em relação à Grande Rio. Já vi acidentes piores do que apagar os carros alegóricos, eu já vi! E a escola não foi penalizada. As pessoas tem que entender que cada escola tem seu estilo. Porque as outras são respeitadas com seus estilos e a Grande Rio não? Por ser uma escola que em seu contingente desfilam artistas? É o estilo dela! Isso é uma característica dela. Há escolas de samba que são high-tech; a outra é porque o surdo bate mais compassado; outra porque faz movimentos; a outra porque tem um bicho grande que voa. Ora! A Grande Rio tem como característica que em seu desfile existam pessoas famosas. É uma questão de olhar, de julgar pelo trabalho e esforço que ela faz. Não querer dizer que ela é esnobe. A escola não pode dizer que não quer artistas, porque senão ela perde pontos. A escola não pode agir dessa maneira. Porque ai, ela vai estar discriminando o ser humano e ele não tem culpa de ter o dom de ser artista!

Squel - Em 95 com toda poética criada em cima da Zona Franca de Manaus, a escola obteve o 16 lugar. A que você atribui isso?

Lucas - É o enredo mais bonito que fiz na Grande Rio. Mas foi assim...foi uma das piores situações que a escola passou. Tinha o afastamento do Jayder. E teve um homem que foi a grande "garfa", era um homem que foi colocado dentro da escola como Presidente e para ele, como ele mesmo dizia: samba é feito por um homem que bate bumbo e uma mulata sambando. Nada andava, nada resolvia, nada acontecia. Ele aborreceu o Helinho que foi embora. Aborreceu o Walcir e este também foi embora. Foi todo mundo embora. Praticamente ficou eu e o Cahe ( atual carnavalesco da Grande Rio ) que já era meu assistente resolvendo tudo comigo. Mas nada andava, nada terminava. Não tinha gente para trabalhar. Não pagavam as pessoas. Tipo assim: você chamava o escultor. Pra ele era caro. Você chamava o decorador. Também era caro.Tudo era caro pra ele! Se você me perguntar o que eu lembro desse enredo na avenida. Vou te dizer que não lembro. Só lembro da festa dos pilotos. A única coisa da qual me lembro. Ninguém da Grande Rio sabe disso, no dia do desfile a TV Globo grava uma matéria com os carnavalescos antes da escola entrar na avenida. O carnavalesco ficava numa sala escura, me passaram o microfone e diziam pra mim: Fala ai... e eu tinha que falar assim: Oh! É a Grande Rio entrando na avenida! Tá linda! Tá linda! - Na hora em que acenderam as luzes não consegui falar. Comecei a chorar. O Legey saiu da ilha ( ilha de edição ) e me perguntou o que houve. Respondi que não podia dizer isso. Ele me perguntou o porquê. Respondi dizendo que não é verdade. A minha comunidade está sem o presidente, a minha comunidade está sem ninguém...como é que vou fazer isso? Como é que vou mentir? Entende Legey? Ele virou pra mim e falou assim: então faz o seguinte...você vai lá pra dentro e fala o que você acha. Eu disse o seguinte: A Grande Rio é uma escola de samba, cujo seu patrono está afastado. Mas a escola é a sua memória. É a luta que seu patrono deixou. E eu gostaria que todos vocês a vissem com bons olhos... ( Percebo que a fisionomia e o tom da voz de Lucas mudam. Percebo que ele estristeceu ao lembrar desse período. É um momento de emoção para ele recordar desse momento ). Uma das poucas coisas que vi do desfile foram as coisas passando no ferro, com arame exposto... Tento me esforçar para lembrar de alguma coisa boa do desfile mas não tenho coisas boas pra contar. Foi muito complicado. Não era aquela alegria da escola Grande Rio, não era aquela escola! Aquilo que estava ali não era o Jayder, não era o Helinho, não era o sonho do Wallace. Era triste...sofri muito. A escola não merecia isso, né. O sonho era outro! Nossa! O sonho era a festa de pilotos, se a gente faz...eu até hoje pego a fita que tenho gravada a festa de pilotos, assisto e digo: Esse enredo!...se faz ele de novo!...Não sei não!...Mas é isso ai. É carnaval!

Squel - A idéia do enredo era muito bonita.Como ela surgiu?

Lucas - A idéia era fazer uma homenagem ao Amazonas. Isso era uma coisa que o Jayder queria. Peguei uns livros e nós fomos ao Amazonas. Fomos à Manaus, lá conheci um monte de gente e essas pessoas me deram livros para que eu pudesse saber à respeito. Descobri durante a leitura, percebi que a lenda da história de Manaus se parecia muito com as estórias contadas pra crianças. Tinha essa coisa de gata borralheira e bela adormecida. Olhei por esse caminho e vi que podia existir um grande imperador chamado Brasil, que tinha vários reis e por ai vai. Desenhei esse carnaval todo em cima de um barco navegando pelo Rio Negro. Até hoje tenho a camiseta do barco que me conduziu. Fiquei uns 15 dias nesse barco. Eu ficava no barco! No final de semana o barco atracava para o Jayder entrar. Nós íamos andar por alguns lugares como ir ao encontro das águas. Esse enredo foi todo construído, todo concebido em cima de um barco.

Squel - E a sinopse?

Lucas - Fiz um livro de contar histórias que tenho até hoje. Contava a história desse Imperador chamado Brasil que em seu império haviam vários reis. Um desses reis se chamava Amazonas, que tinha uma filha chamada Manaus. Na história Manaus adormecia por causa da bruxa, a Rainha má chamada Inglaterra. Depois de um sono profundo ela despertava com um beijo dado pelo Príncipe da Tecnologia. Era muito bonito esse enredo. Mas...não deu. Fazer o que, né? Mas um grande enredo!

Squel - Seus enredos remetem a um período muito especial da história da Grande Rio. Estávamos nos firmando no Grupo Especial. De que forma você acha que contribuiu para a formação da identidade da escola?

Lucas - Hum...não sei...contribuí fazendo parte dessa família como um ser comum. É...a escola tinha algumas carências. Eu sempre tive essa coisa ligada à comunidade, sempre que podia estava na quadra frequentando os seus ambientes, frequentando as famílias da quadra. Eu gosto! É a minha cara. Acho que fiz algumas coisas. Fiz de coração aberto.Fiz por amor! Fiz festas de pilotos lindas por amor. Briguei com algumas pessoas por amor. Torci para que tudo desse certo. Acho que contribui fazendo as pessoas se apaixonarem pela agremiação. Quando entro na quadra e vejo que alguns chefes de ala são os mesmos da minha época, acho que fiz alguma coisa legal, né? Vejo o Paulo 10 que permanece na escola. Um monte de pessoas que continuam na escola. Acho que é isso. A escola é uma família. Diferente de algumas escolas de samba pelas quais passei.

Squel - Qual era a visão dos dirigentes em relação ao futuro da Grande Rio na época?

Lucas - Eles sempre falaram que a Grande Rio seria uma grande escola de samba. Apesar da falta de experiência da parte deles com o carnaval. O único que entendia e tinha visão de carnaval era o Perácio. O Jayder embarcou na idéia do irmão Wallace e com o falecimento dele, o Jayder prosseguiu dando continuidade ao sonho do irmão. O Helinho além de amigo é o braço direito de Jayder nos negócios. Acabou embarcando na idéia que o amigo estava seguindo. Apesar da inexperiência deles, persistiram, dedicando suas vidas à escola com a intenção de torná-la grande assim com seu nome...fazendo dela o sonho da "feliz cidade".

Squel - Pra você qual é a importância de Wallace Soares para a trajetória da Grande Rio?

Lucas - Quando cheguei na escola ele já havia falecido. Mas sempre ouvi do Jayder as histórias que ele contava à respeito do irmão. E percebi que o Jayder havia embarcado na idéia do irmão que viu ali na escola que estava apenas em seu início o sonho da Cidade de Duque de Caxias. Na época a Cidade era muito mais carente do que é hoje. Esse slogan de " O Sonho da Feliz Cidade " era o que Wallace queria que a escola torna-se. Graças à idéia levada por Perácio à Família Soares. Contando com o apoio de Wallace que fez o irmão Jayder e o amigo Helinho abraçarem a idéia com ele. Graças à eles ( Jayder, Helinho e Perácio ) o sonho de Wallace está ai. Tornou-se uma grande escola como eles queriam. Hoje contam com seu filho Leandrinho que é Patrono da escola.


Squel - Hoje você novamente faz parte da equipe que projeta o carnaval para 2010. O que você enxerga na atualidade da Grande Rio, daquela que você viu nascer?

Lucas - Ano passado acompanhei pouco o trabalho do Cahe por estar em São Paulo. Não ajudei da forma que queria. Esse ano tive a oportunidade de estar na equipe assim ajudando da melhor forma possivel com a minha experiência o Cahe neste carnaval. Para que possamos conseguir esse tão sonhado título. Vejo que a escola vem acertando. E quando erra, ela procura ver onde errou, assim consertando o que estava dando errado. Agora o que eu enxergo hoje na Grande Rio que eu vi nascer? Enxergo a mesma Grande Rio com o espírito familiar da minha época. Vejo que as pessoas continuaram se dedicando à escola, ocupando os mesmos cargos sem serem incomodadas, sendo respeitadas. As crianças da sua época cresceram junto com a escola. É isso...a escola continua sendo uma grande família!

3 comentários:

  1. Que maravilha isso!!
    Obrigado Squel por resgatar um pouco da nossa história que quase ng conhece, mostrar que a Grande Rio batalhou e chegou ao GE e hj é uma das mais importantes escolas de samba com trabalho e dedicação.

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  2. Oi amiga. Parabéns pelo sucesso do seu blog. É maravilhoso, li todas as linhas.

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  3. -ESPETACULAR!!! Já tinha lhe dito antes pessoalmente,se eu tiver que fazer uma prova sobre estas matérias escritas certamente tirarei nota máxima... parabéns!
    Gostaria de sugerir um tema, que falasse não só da nossa mas de todas as Galerias de Velha Guarda das agremiações do Rio, sei que precisará de ajuda, mas seria inédito e emocionante( sem perder o foco) como as que foram escritas, _ aceita o desafio?

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