sexta-feira, 2 de março de 2012

A volta do velho batuqueiro!


Botando em dia as linhas desse blog, volto para falar da reedição em CD dos primeiros discos do meu avô lançados originalmente nos anos setenta. Para mim, ouvir suas gravações tem sabor especial: traz as festas em família animadas ao som de sua voz “rascante” e suas visitas sem aviso prévio depois de períodos de ausência.
Os discos lançados trazem a lembrança das antigas “bolachas de vinil” que ficavam na estante da sala; o jeito de “dizer no pé” – como o velho se referia à arte de sambar, - e a voz grave e potente que atravessava o portão anunciando sua festejada chegada.
Mas do que instigar a lembrança familiar, esse lançamento lança luz sob um dos nomes mais associados à arte popular do gênero do partido alto, tira a poeira que cobre a história de um sambista versátil – que além de diretor de Harmonia da Mangueira, cantou jongo, samba de roda e samba de breque – e traz de volta a voz que trazia como marca principal, as tradições dos ritmos afros brasileiros.
Voltam à cena musical, com capa e contracapa original, os discos O Rei do partido alto, Velho Batuqueiro, Chão da Mangueira, e Xangô da Mangueira Volume 3. Quatro discos que não podem deixar de constar em qualquer coleção de sambista de verdade.
Fica a dica, com um toque de predileção pessoal, para a audição do disco lançado pela gravadora Copacabana em 1972, O Rei do Partido Alto. Um super repertório do melhor do partido e que traz o registro original do clássico Quando Vim de Minas, antes da composição tornar-se um hit popular e estourar no ano seguinte na brilhante voz da mineira Clara Nunes!
Fica a dica!